Enologia
O ano vitícola de 2016 caracterizou-se atípico, o Inverno foi “quente e chuvoso”, a Primavera fria e muito chuvosa e o Verão extremamente quente e seco. As condições do estado do tempo contribuíram para um abrolhamento precoce (final de Fevereiro). A vindima começou nos primeiros dias de Setembro. Depois do transporte refrigerado, as uvas foram seleccionadas à entrada da adega, seguindo-se uma prensagem suave. O mosto foi decantado durante 48 horas recorrendo há oxidação total do mesmo. A fermentação decorreu em cubas de inox por fermentação espontânea seguida de fermentação maloláctica no Chardonnay. Estágio em borras totais de 16 meses.
Nota de Prova
De cor amarelo descorado, apresenta um aroma fino e subtil. Tem um carácter cítrico, que lhe confere frescura, juntamente com notas de fruto de caroço, raspa de laranja confitada, aroma de pastelaria e fumo. De boa estrutura na boca, é volumoso e apresentando -se mineral, a acidez natural torna o vinho fresco e elegante. Final médio longo e seco.
A minha prova
Fantástico, é fresco, volume de boca, guloso com final médio e seco. Ao provar o vinho pela 1ª vez harmonizei com queijos de intensidade média, mas foi com o marisco que foi uma explosão. Com ameijoas à bulhão pato, camarão, etc..., foi divinal !!!
ID do vinho
Região: VINHO REGIONAL MINHO, sub-região Baião
Enólogo: Pedro Mota
Castas: Lote Base de 2016 (Chardonnay prensa 70% + Alvarinho 30% ) + 15% chardonnay 2015 (24 meses em barricas de carvalho francês com “flor” (idade da vinha - 8anos)
Terroir: Granito
Clima: Uma altitude média elevada, amplitudes térmicas superiores à média da região, assim como verões quentes aliados aos níveis de pluviosidade verificados na região
Altitude: 250 m
Estilo: Fresco, Elegante, Complexo
Estágio em barrica: 15% chardonnay 2015 (24 meses em barricas de carvalho francês com “flor”
Informação Técnica: 150cl / Grau Alcólico: 12,5% / PH: n/a / Açucar Residual: n/a g/l / Acidez Total: n/a g/l
Harmonização: saladas, marisco, sushi
Sugestão de Consumo: 8º a 10º
Guarda: n/a
Nota adicional: n/a

1000 Curvas
O vinho 1000Curvas foi idealizado por Armando Soares, em parceria com o filho Rodrigo Soares e o enólogo Pedro Mota.
A ideia do projeto surgiu durante a revitalização da Quinta da Castanheira. A propriedade, localizada no concelho de Baião, Norte de Portugal, pertence à família de Armando desde 1958. Estava, entretanto, um pouco esquecida, parada no tempo, e precisava de um toque de carinho e cuidado para voltar a ter vida.
A reforma modernizou a casa principal e trouxe novas vinhas a uma propriedade que desde 1907 produzia uvas e fazia vinho para consumo próprio. Foi durante o processo de reconversão das vinhas, em 2010/2011, que o projeto do resgate da Quinta transformou-se também no projeto do 1000Curvas.
Armando Soares passou a sonhar em lançar um rótulo no mercado.
Mas qual tipo de vinho? Ir para os clássicos verdes? Aproveitar a proximidade do Douro? Ou partir para algo totalmente diferente?
Fazia sentido arriscar. Com o objetivo de criar um blend mais elegante e encorpado, foram plantadas 70% de uvas Chardonnay e 30% de uvas Alvarinho.
A admirar sua plantação da janela da Quinta, Armando dizia: “Este é o melhor investimento da minha vida”. Estava feliz a pensar no nome, a escolher qual seria a melhor garrafa, o desenho do rótulo – um processo que o aproximou ainda mais do filho Rodrigo.
Armando ainda conseguiu ver a primeira vindima, em 2014. Mas foi só. Um acidente no fim do referido ano o levou, tragicamente. Para a família, o pior dos choques. Como seguir em frente? Somente após a vindima de 2015, Rodrigo reúne forças para retomar o projeto. Traz para si a missão de colocar no mercado o vinho que o pai idealizou.
Em maio de 2016, o sonho de Armando toma, finalmente, forma: são engarrafados os vinhos 1000Curvas 2014 e 1000Curvas 2015 que saem para o mercado em Janeiro de 2017.
